quarta-feira, 18 de março de 2009

Fractalidade CIG - 5


Finalmente o mesmo podemos fazer com o mapeamento de retorno, como pode ser visto na figura.

O cliente é retratado na figura em vermelho.

Os comuns em amarelo e os incomuns transexuais em cinza.

A identificação do cliente fica muito simples.

Evidentemente, uma anamnese completa acompanha e consolida o processo de "diagnóstico" (prefiro considerar de reconhecimento - despatologizando o termo) - que pode ser feita presencialmente ou por emails (fazemos na Clinica Gendercare por emails apenas) - e um peneiramento (ou pré-avaliação) de possiveis problemas mentais correlatos, que fazemos na Gendercare usando o MMPI - outros podem usar outros métodos (não aconselhamos o Rorschach pois cremos que os resultados permitem abordagens subjetivas por parte do avaliador - e foi praticamente abolido para esse fim no mundo) - mas o MMPI é o mais usado no mundo, para esse fim, há muitos anos com excelentes resultados.

Completadas as três fazes que consideramos na Gendercare como OBRIGATÓRIAS - a anamnese, o teste MFX ou FMX e a aplicação do MMPI, em dois a tres meses uma pessoa estará plenamente "diagnosticada", reconhecida e compreendida em seu processo de auto-percepção de gênero.

Só nos raros casos em que um transtorno mental for percebido pelo MMPI - ou pelo método alternativo adotado para uma pré-avaliação - transtorno esse que possa ser A CAUSA de um verdadeiro TRANSTORNO DE IDENTIDADE DE GENERO - então só nesses casos muito raros talvez seja necessário impedir uma transição mais radical - ou exigir um tempo maior para uma avaliação além dos 3 meses.

Antigamente no mundo, pela norma DSM-II da APA se susrentava uma necessidade de 2 anos de "diagnóstico". Essa prática está superada há muitos anos NO MUNDO - mesmo que ainda persista - provavelmente por desinformação - no Brasil.

Temos na Gendercare casos raríssimos de pacientes que apresentam como co-morbidade um Transtorno de Identidade Dissociativa - em que identidades se mostram femininas e outras masculinas - nesses casos por exemplo jamais solicitaremos qualquer cirurgia feminizadora (ou masculinizadora) mesmo que pequenas dosagens de hormonios possam ser tranquilizadoras para o (a) paciente. São casos raríssimos.

Temos sempre o cuidado de considerar o MMPI como indicador DO RITMO QUE DEVEMOS TOMAR NA HORMONIZAÇÃO.

Por exemplo, para clientes que são pacientes de uma condição mental que os (as) fragiliza através de uma situação de neurose ou mesmo de psicose, mas situação não determinante de sua CIG, modulamos a hormonização nos 3 ou 6 primeiros meses, através de doses mínimas e crescentes, avaliando as reações do(a) cliente à hormonização.

Essa reação pode ser tranquilizadora - quando progredimos - ou exacerbadora de conflitos internos - quando mantemos ou regredimos as dosagens. Assim monitoramos a velocidade do processo transicionador MtF ou FtM.

Mas cada caso é um caso particular, sempre, nos seus detalhes.

Na maioria dos casos, poder-se-á iniciar imediatamente a fase de hormonização e transição - desejada e sonhada pelo cliente - percebida e reconhecida como essencial e necessária pelo avaliador - que qualificamos como TERAPEUTA DE GENERO.

Como já se faz no mundo e fazemos de forma inédita no Brasil há anos - o profissional que trabalha como TERAPEUTA DE GENERO vai além do psicologo, do sexólogo ou do médico - para esse cliente - pois além de conhecimentos básicos nessas áreas, ele precisa conhecer a natureza da disforia de genero, e a variabilidade das CIG.

No mundo considera-se hoje em dia que esse profissional deve ter qualificações específicas que um psicólogo, psiquiatra, sexólogo ou médico, se não for instruido para receber especificamente esses conhecimentos abrangentes sobre a DIVERSIDADE das condições CIG - não estará qualificado para exercer essa função com a qualidade e competencia requerida para um bom atendimento desses casos.

Nos USA e em muitas partes do mundo desenvolvido, os terapeutas de gênero geralmente são portadores dessas condições incomuns - e assim podem compreende-las de uma forma mais abrangente que a maioria das pessoas comuns - como deve ser requerido desses profissionais.

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